QUADROS, MUITO ALÉM DE PENDURÁ-LOS
Não é raro ver pessoas que passam meses e até anos após a mudança com os quadros encostados num canto da sala. A dificuldade em colocá-los na parede vai muito além de saber a altura e o nível, ou até mesmo saber manejar martelos ou furadeiras. Mas qual é a grande dificuldade?
Para quem não quer furar a parede ou pode mudar de ideia, apoiar pode ser a solução
Bem, tudo começa com perguntas: Mas isso combina com meus móveis ou com a cor da parede? Posso colocar quadros com diferentes tamanhos e molduras numa mesma parede? Como combino aquele remo australiano que meu primo me trouxe com meus móveis clássicos? E por aí vai...
Eu, pessoalmente, acho que não é assim tão direto. Quando o profissional faz o projeto ele já visualiza a obra de arte ou a imagem que ele quer num determinado local. Por exemplo, um hall todo revestido de madeira e uma única e bela foto preto e branco de um determinado tema. Ou mesmo uma parede na sala com uma composição colorida de vários quadros em diversos temas, cores e molduras.
Reside aqui uma sensibilidade e um treino para conseguir um resultado harmônico, equilibrado. E por isso é importante que o profissional esteja presente nessa hora.
As escolhas começam, como eu já mencionei, na época do projeto, quando o clima do ambiente é discutido. Uma casa mais despojada e moderna aceita melhor as misturas, com quadros diferentes e peças de estimação se mesclando. Um ambiente mais formal, seja clássico ou moderno, busca mais simetria e portanto, obras mais organizadas, de mesmo tamanho e moldura.
Mas, seja qual for o tipo de ambiente, as obras de arte devem se relacionar com os donos da casa. Ou porque os temas têm a ver com seus gostos ou porque foram trazidos de viagens, ou ainda colecionados. Afinal, embora os quadros pareçam detalhes que dão acabamento ao ambiente, eles contam muito mais sobre a personalidade dos donos da casa que o sofá ou as luminárias.
Portanto, capriche nas escolhas!
E como começar a tarefa? Primeiro, comece a prestar atenção aos objetos que você coleciona, aos que ganhou ou comprou em viagens ou ocasiões especiais. Tudo isso pode rechear as paredes de maneira bem interessante. E mais, estarão sempre à vista, lembrando bons momentos.
Outro caminho é começar uma pequena coleção de obras de arte, que podem se valorizar no mercado. Aqui é necessário investir tempo, estudar sobre arte (há muito material online), frequentar exposições e feiras do setor (São Paulo tem pelo menos duas feiras importantes por ano e uma infinidade de exposições, muitas delas gratuitas).
É possível também seguir os dois caminhos, unindo as lembranças e obras de artistas em ascensão ou até já conhecidos, tudo depende do seu orçamento.
Distribuir as obras pelo ambiente, antes de fixá-las, ou recortar um papelão do tamanho do quadro e pregar com fita crepe na parede pra sentir se o volume fica bom são recursos ótimos para minimizar o erro. Em geral, obras maiores pedem paredes maiores, mas colocar um quadro que toma quase toda a parede de um lavabo, por exemplo, pode dar ao ambiente uma personalidade bacana. E se o quadro é minúsculo, ele também pode ser o protagonista do local, com uma bela luz focada somente nele. Todas essas “ousadias” vão construindo a personalidade da casa.
Outro ponto importante é a altura dos quadros, que devem ficar próximos à altura média dos olhos, portanto, nem muito altos, nem muito baixos. Mas, de novo, há situações em que o desequilíbrio dá um resultado ótimo, contanto que fique claro que é intencional.
Sequências também costumam funcionar bem, como coleções de pratos ou séries com 4 ou 5 quadros de um mesmo tema. Estes podem formar um quadro de quadros e preencher uma parede de maneira harmoniosa.
Deu pra ver que há algumas regras mas que elas podem ser quebradas, se o resultado surpreender. É preciso ter segurança para ousar. E nada melhor que testar.
Pronto pra criar coragem em dar àqueles quadros encostados um novo lugar?