AR CONDICIONADO, COMO ESCOLHER

Seja pelo conforto de ter a temperatura sempre amena, faça frio ou faça calor. Ou para poder isolar os barulhos externos ou os importunantes pernilongos. Qualquer que seja o motivo, instalar um sistema de ar condicionado numa casa ou apartamento requer algum planejamento.

Em casa ou apartamento, tudo começa pela entrada de energia. É necessário que haja energia suficiente para a quantidade de aparelhos e a carga total que eles vão consumir. Em casas e prédios antigos é muito comum isso ser um problema que requer uma reforma desde a entrada lá no poste. Em construções novas, isso já é previsto, embora limitado muitas vezes.

Bem, se isso não é um problema ou se já tiver sido resolvido, o próximo passo é saber onde as condicionadoras vão ficar. Hoje em dia, os aparelhos de parede (aquelas caixas que ficavam penduradas nas janelas) praticamente desapareceram e o sistema foi dividido em evaporadora (a parte que fica interna e que resfria ou esquenta o ambiente) e a parte externa que faz o sistema funcionar, a condensadora. Daí vem o termo sistema Split.

A potência de refrigeração de um ambiente pelo ar condicionado é calculada em BTUs (Unidade térmica britânica). Nos ambientes menores, em geral, uma máquina de até 9.000BTUs costuma ser suficiente enquanto esse valor vai aumentando em ambientes maiores. Quando instalamos mais de uma evaporadora (nos quartos e na sala, por exemplo), podemos ter várias evaporadoras e uma só condensadora, num sistema que chamamos de multisplit, e que é muito bom quando temos pouca área para colocar a condensadora.

Cada evaporadora tem que se conectar com ela, através de tubulações que levarão o gás e energia. E tudo isso em geral passa pelas paredes, o que exige uma avaliação das condições de se poder fazer isso, como a obstrução do caminho por vigas ou pilares, obrigando a criar acabamentos de gesso ou marcenaria para esconder.

Como em toda troca de calor, a resultante é uma condensação da umidade do ar através da evaporadora, o que gera uma quantidade, ainda que pequena, de água. Essa água é recolhida pela evaporadora numa bandeja e conduzida por uma mangueira até um ponto de ralo ou tubulação de água servida mais próximo.

Então é necessário pensar, ao posicionar a evaporadora no ambiente, que haverá um local próximo para isso. Essa é a razão porque muitas vezes elas são instaladas em paredes vizinhas a banheiros ou varandas. Vencidos esses desafios, as máquinas podem ser instaladas e aqui temos várias opções.

Se há um forro de gesso, com altura generosa entre ele e a laje (uns 40cm pelo menos), é possível colocar um sistema embutido nele, chamado Cassete. O mais comum são aqueles aparelhos de parede estreitos e compridos, os Highwall. Mas há outros e a escolha depende de vários fatores como a decoração, equipamentos do ambiente e usos. Um bom projeto definirá o sistema a ser escolhido. E é melhor alguém especializado em ar condicionado para definir os tipos e potências porque a distância da condensadora à evaporadora e a quantidade de desvios também influenciam nas decisões.

Em empreendimentos mais sofisticados é possível ter até um sistema central, com dutos embutidos levando ar pela casa toda. Mas isso já é mais complexo.

Por fim, um detalhe bem importante é saber, no caso de apartamentos, onde o condomínio prevê que sejam colocadas as condensadoras. Cada prédio tem uma regra e não há uma norma geral. O que é certo é que a condensadora precisa ficar ao ar livre e quanto mais isso acontecer, melhor o sistema vai funcionar. Muitos empreendimentos novos já deixam um canto da varanda com guarda corpo vazado para que a máquina seja instalada lá. Para isso, é necessário fazer uma caixa isolando a condensadora do restante da varanda para que o calor não volte para o ambiente, se a varanda for envidraçada.